segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A borboleta




A natureza, em toda a sua sensibilidade e sublimação, imprimiu nas asas de uma borboleta duplamente o símbolo do infinito. Doce ironia, logo ela, que vive apenas por algumas horas. Tolice...


Tolice é viver anos e acreditar que o amanhã não chega para nós. Que podemos arrastar cada dia, porque amanhã tem mais. A sábia borboleta vive suas eternas horas a planar, regozija-se nas beiras dos rios e busca seu par. Ela sabe que não há amanhã. Assim como não o há para nós.
Podemos ler nas asas da borboleta que o infinito não é uma questão de tempo simplesmente. O infinito pode estar escondido em pequenos segundos, que trazem plenitude e eternidade aos nossos anos. Viver eternamente depende de perceber a sensação dos infinitos momentâneos.

4 comentários:

  1. Texto muito bem escrito, Marcelinha! Gostei bastante! Parabéns!

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  2. Não sei de onde essas coisas vêm, mas elas vêm...

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  3. Elas vêm de onde você vem, de onde vem a borboleta... Nossa morada incognoscível!

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